quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dia quente

Tive 8 horas de viagem pra pensar em um bom começo pra esse texto, pensei em inúmeros trechos, de músicas ou livros. A cada nova música na playlist ou a cada lembrança de livro, um turbilhão de ideias passava pela minha cabeça.

Decidi não pensar nisso, não buscar trechos específicos ou citações marcantes, só fazer o que eu sempre fiz, deixar com que as ideias fluam o mais natural possível, tirar Chico Buarque, Antoine de Saint-Exupéry ou Pablo Nerruda da cabeça e concentrar no que faz meu coração vibrar, minhas próprias emoções.

Antes de começar, dei uma lida rápida no meu texto anterior; não pude evitar a risada. Rir de como o destino tem brincado comigo, fazendo com que os sonhos citados no texto anterior tenham se concretizado de uma hora pra outra me pegando de surpresa, mesmo sabendo o quanto eu batalhei pra que eles se tornassem realidade. E vieram em uma realidade tão concreta, tão palpável, que eu não consigo esconder um resquício de desconfiança. Às vezes eu ainda acho que tudo não passa de um sonho ou de uma brincadeira de mau gosto. E me divirto com isso, por saber que não se trata de nenhum dos dois.

Confesso que andei pessimista, melancólico, desapontado; sem chão. Entretanto, era justamente na queda que a minha vontade de subir se firmava. Minha vontade de levantar voo e alcançar os sonhos mais altos. Pra isso bastou esperar, afinal de contas já dizia Antoine de Saint-Exupéry: "É preciso suportar as lagartas, se desejar-mos ver as borboletas".

Entre os devaneios da viagem passada, uma sequencia de trechos não me saiu da cabeça. Enquanto eu ouvia “Let it be” e “You've Got To Hide Your Love Away” dos Beatles e “Blowin' in the wind” do mestre Bob Dylan, frases familiares ecoavam na minha mente. Frases que, aleatórias por si só já são fantásticas, mas somadas se tornavam perfeitas. “There will be an answer, let it be.” e “Love will find a way.” dos Beatles, e “The answer is blowin' in the wind.” de Bob Dylan. Entretanto, elas se repetiam como em um loop infinito na minha mente: "There will be an answer, let it be; love will find a way! Now, the answer is blowin' in the wind."

Músicas, inclusive, que vem me guiando, consolando, animando, enfim, vem se encaixando de acordo com as minhas necessidades e se tornando companheiras perfeitas desde as noites de completa alegria e êxtase como as mais recentes, até me ajudando, bloqueando o mundo a minha volta quando tudo o que eu mais queria era sumir, como as negras noites em que a batalha de egos era travada sob o som dos blues e jazz do meu mp4 somados ao barulho da água caindo.

Enfim, não é uma noite que eu geralmente tiraria pra escrever, não fiquei com a tradicional gana de transcrever os sentimentos em palavras que eu habitualmente teria, mas me vi obrigado a atualizar, não poderia deixar um texto fraco e mesquinho como o último sendo que a minha alegria vem transbordando nos últimos tempos, sendo que os antigos pontos de mínimo vem se tornando constantes pontos de máximo.

Bom, quando o negócio começa a pender pra matemática é porque ta na hora de encerrar e ir dormir.
Assim que der eu volto aqui, daqui a pouco as saudades vão pesar ainda mais e eu vou ter que escrever pra esquecer do mesmo. Haha!
Well, that’s all folks!