sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sobre revoluções, oportunismo, hipocrisia e blá, blá, blás

Bom, nessas férias, com a absoluta falta do que fazer tenho acompanhado a crise no Egito, já que é só o que passa na TV ultimamente. Entretanto, uma notícia no jornal nacional de ontem, quatro de fevereiro, me deixou abismado! Brasileiros, em plena sexta feira à tarde fazendo passeatas contra o governo no Egito. Sinceramente? É muita vontade de querer aparecer.

Aos alienados que só conseguem ver o que a mídia espalha, hipócritas “antiamericanismo” que não passam um fim de semana sem comer McDonald’s que começam protestos porque acham linda a “defesa pela liberdade” e só sabem seguir a onda, saibam que o buraco é muito, mas muito mais embaixo, não se tratam de protestos contra a ditadura, ou ao menos não apenas isso.

Hosni Mubarak é um estadista internacional que mantém aceso o objetivo de buscar a paz com Israel. O principal motivo de conflitos no Egito é o fato de Mubarak reprimir grupos de oposição, especialmente o movimento Irmandade Muçulmana. O presidente não aceita a interferência da religião muçulmana nas questões de Estado.

A questão é que essa Irmandade Islâmica é um grupo extremista que sempre visa à instauração das leis islâmicas. E quem disser o contrário, coloco aqui um trecho do livro “Sobre o Islã” de Ali Kamel: “É Al-Banna quem muda o sentido da palavra “Jihad” - esforço. O “Jihad Maior”, originalmente, é o esforço interno que faz o crente para não fugir dos princípios da religião. A “Menor” é a luta DEFENSIVA contra o infiel. Não para ele, que passa a encará-la como uma luta pela restauração do que considera a verdadeira religião, recorrendo, sim, à violência também contra um governo islâmico se necessário. O lema da Irmandade, desde sempre, foi este: “Preparem-se para o Jihad e sejam amantes da morte”. Al- Banna é ninguém menos que o criador da Irmandade Islâmica.

Verdade seja dita, os EUA não querem a saída de Mubarak, o que os força a dizer isso é o bom e velho – porém vazio e sem fundamento algum – discurso de apoio a democracia, liberdade e blá blá blá. Não é interessante para os americanos que o seu principal fantoche aliado seja retirado do poder. Eles querem a saída de Mubarak, mas querem a entrada de outro capacho presidente que também seja aliado.

Entretanto, acho melhor um Egito fantoche com uma estabilidade e desenvolvimento econômico do que um Egito “Irã”.

Então, aos “revolucionários oportunistas” de São Paulo, preocupem-se com os problemas presentes aqui no Brasil que já são suficientes, se reúnam contra os aumentos de salário aprovados pelo senado, cobrem melhorias na saúde e educação, preocupem-se antes com o próprio umbigo aqui e deixem que o povo egípcio se resolva. Mais ridículo que o povo “mumificado” é o povo que acha que faz alguma coisa pelo mundo quando não consegue nem fazer frente aos problemas no próprio país.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e amor à camisa

Alguma semelhança entre os personagens do título? Bom, aparentemente nenhuma a não ser pelo fato de que só existem na imaginação das pessoas.

Todo início de temporada as novelas se repetem, especulações plantadas pela imprensa, diretores e presidentes prometendo grandes craques, jovens sendo assediados pelos grandes clubes da Europa e jogadores em fim de carreira ou que não se adaptaram procurando um lugar ao sol nos clubes brasileiros, sempre visando à seleção, praias ou rodas de samba.

E é justamente nesse início de temporada que as máscaras começam a cair, as promessas de amor são trocadas pelos cifrões, a famosa mão batendo no peito troca de escudo com extrema facilidade.

Infelizmente no alto do meu gremismo confesso que sempre acreditei em algumas dessas promessas, na verdade não na promessa em si, mas na consideração pelo clube. Foram dois rudes golpes que nenhum clube deveria sofrer, ainda mais na véspera de uma estréia em Libertadores.

Não é novidade pra ninguém de quais golpes me refiro. O engraçado é que esses dois jogadores têm muito em comum. Sempre viveram um caso de amor e ódio com a torcida gremista, no caso de Ronaldinho, uma parcela – na qual eu me incluo – que acreditava quando o mesmo dizia que queria encerrar a carreira no Grêmio, que culpava sua saída devido à incompetência do então dirigente Guerreiro.

Já Jonas era um zero a esquerda antes de chegar ao Grêmio, continuou por um bom tempo assim sendo chamado inclusive de pior atacante do mundo por um jornal que um ano depois o colocaria na primeira página como grande artilheiro do campeonato brasileiro. Mas sempre teve uma fração da torcida que admirava o seu esforço, a vontade e principalmente, a humildade do jogador. Ao trocar Porto Alegre por Valencia, a humildade deu lugar aos euros e Jonas esqueceu que naquela primeira capa, ainda como pior atacante essa parte da torcida gremista o apoiou e sempre esteve ao lado durante a reviravolta em sua carreira.

Mas a minha intenção não é chorar pelo leite derramado, sei que jogadores vêm e vão, mas o Grêmio continua.

A questão é que com dois exemplos simples é possível mostrar que o amor não existe mais no futebol, como disse Pelé “agora é tudo por dinheiro”. Citei só dois exemplos do Grêmio, nem precisei ir mais a fundo, citar Ronaldo que trocou seu até então clube do coração pelo Corinthians, ou então Edmundo, multi campeão pelo palmeiras que até chorou de “emoção” quando vestiu a camisa do Corinthians, Romário consagrado no Flamengo e no Vasco, sem contar sua passagem pelo Fluminense, enfim é como disse o empresário de Thiago Neves durante as negociações na sua volta ao Brasil “Essa conversa fiada de amor ao clube não existe.”

Ao menos ainda existem raros casos de lealdade ao clube no Brasil, casos com Rogério Ceni do São Paulo e Marcos do Palmeiras, por exemplo, Ryan Giggs no Manchester United e Gerrard do Liverpool também são bons exemplos.

Bom, por fim, acho que esse texto é mais um desabafo do que propriamente uma crítica, afinal, não é novidade alguma que o futebol de hoje não passa de negócios.

Ódio ao futebol moderno.