Bom, nessas férias, com a absoluta falta do que fazer tenho acompanhado a crise no Egito, já que é só o que passa na TV ultimamente. Entretanto, uma notícia no jornal nacional de ontem, quatro de fevereiro, me deixou abismado! Brasileiros, em plena sexta feira à tarde fazendo passeatas contra o governo no Egito. Sinceramente? É muita vontade de querer aparecer.
Aos alienados que só conseguem ver o que a mídia espalha, hipócritas “antiamericanismo” que não passam um fim de semana sem comer McDonald’s que começam protestos porque acham linda a “defesa pela liberdade” e só sabem seguir a onda, saibam que o buraco é muito, mas muito mais embaixo, não se tratam de protestos contra a ditadura, ou ao menos não apenas isso.
Hosni Mubarak é um estadista internacional que mantém aceso o objetivo de buscar a paz com Israel. O principal motivo de conflitos no Egito é o fato de Mubarak reprimir grupos de oposição, especialmente o movimento Irmandade Muçulmana. O presidente não aceita a interferência da religião muçulmana nas questões de Estado.
A questão é que essa Irmandade Islâmica é um grupo extremista que sempre visa à instauração das leis islâmicas. E quem disser o contrário, coloco aqui um trecho do livro “Sobre o Islã” de Ali Kamel: “É Al-Banna quem muda o sentido da palavra “Jihad” - esforço. O “Jihad Maior”, originalmente, é o esforço interno que faz o crente para não fugir dos princípios da religião. A “Menor” é a luta DEFENSIVA contra o infiel. Não para ele, que passa a encará-la como uma luta pela restauração do que considera a verdadeira religião, recorrendo, sim, à violência também contra um governo islâmico se necessário. O lema da Irmandade, desde sempre, foi este: “Preparem-se para o Jihad e sejam amantes da morte”. Al- Banna é ninguém menos que o criador da Irmandade Islâmica.
Verdade seja dita, os EUA não querem a saída de Mubarak, o que os força a dizer isso é o bom e velho – porém vazio e sem fundamento algum – discurso de apoio a democracia, liberdade e blá blá blá. Não é interessante para os americanos que o seu principal fantoche aliado seja retirado do poder. Eles querem a saída de Mubarak, mas querem a entrada de outro capacho presidente que também seja aliado.
Entretanto, acho melhor um Egito fantoche com uma estabilidade e desenvolvimento econômico do que um Egito “Irã”.
Então, aos “revolucionários oportunistas” de São Paulo, preocupem-se com os problemas presentes aqui no Brasil que já são suficientes, se reúnam contra os aumentos de salário aprovados pelo senado, cobrem melhorias na saúde e educação, preocupem-se antes com o próprio umbigo aqui e deixem que o povo egípcio se resolva. Mais ridículo que o povo “mumificado” é o povo que acha que faz alguma coisa pelo mundo quando não consegue nem fazer frente aos problemas no próprio país.