“Faz muito tempo que eu não escrevo nada, acho que foi porque a TV ficou ligada, me esqueci que devo achar uma saída e usar palavras pra mudar a sua vida.”
Bom, é um pouco de soberba dizer que uso palavras pra mudar a vida de alguém, não tenho esse dom, por assim dizer. Mas realmente faz muito tempo que eu não escrevo por aqui, e com esse trecho do Julinho Marassi e Gutemberg é que eu abro esse post, a propósito, pra quem quer mexer mais com a cabeça do que com o “popozão”, indico essa dupla, eles praticam muito bem a arte de usar palavras pra tentar mudar a sua vida.
Mas enfim, tive uma conversa hoje que me estimulou muito a escrever.
Fico indignado com a “vida adulta” que a maioria das crianças de hoje levam, enquanto eu com 10 anos arrancava a tampa do dedão jogando futebol no calçamento, achava meninas nojentas e mimadas e ia dormir nove horas da noite depois de ver chiquititas, hoje em dia essas mesmas crianças veem novela e depois tentam repetir os beijos e as paixões, “praticam esportes” pelo wii e ao invés de pés lascados de chutar a bola as mãos é que ficam calejadas do vídeo game, sem contar que o que me deixa mais indignado é ter que ouvir uma criança dizer pra outra que acha ridículo um menino de 10 anos falar que é o Ronaldinho durante uma brincadeira.
Talvez digam que é uma nostalgia excessiva, que sempre uma geração irá se julgar melhor que as novas, mas sinto falta da inocência e da falta do não se preocupar com o que os outros pensam, com meus 13 anos eu ainda usava roupa remendada e achava o máximo não ter aula só pra acordar 10 horas da manhã e assistir Dragon Ball Z, depois ir procurar moedas pela casa pra comprar vários chicletes e tentar achar aquela figurinha que faltava pra fechar o álbum.
Mas como eu disse, uma geração sempre se julgará melhor do que a outra, quem sabe daqui a uns 9 anos eu veja um texto muito parecido com esse, mas ao invés de chiquititas, vangloriem rebelde e crepúsculo, ao invés de notar a indignação com as músicas do É o Tchan, falem o mesmo do “funk putaria” de hoje em dia.
Enfim, sinto falta do tempo em que eu reclamava por ter que ir pra escola 7 e meia da manhã pra não fazer nada e do tempo que festas eram movidas a pastel, coca e brigadeiro, mas é a velha história que já cantava Zé Ramalho, "quantas vezes olharemos o céu antes de saber enxergar?".
Bom, são três e meia da manhã, só faltaram me correr lágrimas dos olhos a cada dose de nostalgia que eu tive escrevendo esse texto, que mesmo pequeno, traz lembranças que fazem qualquer um sentir um misto de alegria e tristeza muito grande. Queria escrever mais, mas o sono não me deixa mais pensar direito e transformar as idéias em palavras, por fim, pensando bem sobre o texto eu sei o porquê os meus pais diziam que a época deles era muito melhor.
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