segunda-feira, 5 de abril de 2010

Depois da alegria, a raiva!

Os textos relacionados à nostalgia que eu até hoje escrevi, sempre foram a respeito do lado “positivo” por assim dizer, de relembrar momentos inesquecíveis ou brincadeiras que andam se perdendo cada vez mais em um mundo onde a infância imita, ou tenta imitar a vida adulta com cada vez mais precisão. O que eu quero dizer com isso é que cada vez mais e cada vez mais cedo vejo namoradinhos, apaixonites e afins. Tudo bem até aí, quem no auge dos seus 11 anos nunca teve aquela paixão secreta, guardada a sete chaves, que quando revelada causava embaraço?

O fato é que em um mundo onde cada vez mais a mídia tenta alterar paradigmas, somado ao fato das crianças terem acesso a todo tipo de informação através de internet, falta vergonha na cara, crianças já aprendem, ou tem contato com sexo, seja pela mídia ou pelas escolas, antes mesmo de saber de onde vieram.

Pensei em regular as palavras, mas a revolta é tanta que não me importo em dizer que sinto nojo de um “novo mundo” onde a putaria e um comodismo nojento por parte da maioria dos pais reina. Um mundo onde cartinhas de amor anônimas são trocadas por “pulseirinhas do sexo”, onde não se veem mais os reais rostos das meninas que, ao invés de brincar de maquiar as bonecas, cobrem a cara com pó e rímel, sem contar nos meninos que ao invés de estarem estourando a tampa do dedão jogando futebol na rua preferem sair à caça das ditas pulseirinhas e falar de mulheres ao invés do capítulo de Dragon Ball onde o Goku vira super saiyajin.

Falo com revolta e rancor, mas não culpo as crianças por isso, culpo um mundo hipócrita que assiste calado ao nojo que anda virando a infância, a uma mídia escrota que vende a imagem da perfeição baseada em lixos pseudoculturais como novelas, reality shows e programas ridículos, nem jornais andam escapando dessa realidade escrota. Talvez alguns leiam esse texto e julguem meus ideais como ultrapassados, achem graça em toda essa piada.

Talvez essas pessoas ou essas ou quem sabe as já mães de 13 ou 14 anos ririam do meu texto até um tempo atrás, pois bem, agora talvez concordem comigo, ou, no caso do segundo link, bom, aí já foi tarde demais.

Sempre gostei de ser indireto no que eu escrevia, de botar tudo em entrelinhas, não sentia uma alegria completa com elogios a algum texto se esses mesmos elogios não viessem acompanhados de alguma observação, alguma sacada ou alguma crítica. Entretanto, hoje tentei ser o mais direto possível e não me importei se foi bem ou mal escrito, apenas desabafei.

O que me motivou a escrever, ou melhor, o que me deixou PUTO como é perceptível no texto, foram as ditas pulseirinhas, uma realidade que parecesse longe, mas que quando menos se espera aparece dentro da sua casa, no braço da sua irmã, ou da sua filha dependendo do caso.

Anda faltando o laço comer solto já que, ao que tudo indica, as “pseudocrianças” andam se achando na razão mais do que deveriam.

2 comentários:

  1. Esse tipo de coisa é tão absurda, e infelizmente vai se tornando normal. Eu aqui que muitas vezes tenho vontade de voltar a ser criança, logo lamento pelo que as crianças de hoje em dia estão perdendo, sem nem ter noção - bate até um desespero quando você ve um irmão ou sobrinho se criando nesse mundo sujo -. É ainda mais lamentável pensar no rumo que a sociedade ta tomando.

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