8 longos anos se passaram desde que eu não senti mais vontade de escrever. A maioria das pessoas diria que a vida tem dessas, falta tempo. Você começa a trabalhar, namorar, fazer outras atividades e acaba deixando algumas coisas de lado. Não é o meu caso.
A escrita me remete a tempos difíceis, de angústia, ansiedade, sentimentos conflitantes e, principalmente, amor não correspondido. A vontade de externar em texto o meu sofrimento era um escape, um desabafo onde apenas conversar com outra pessoa não era suficiente pra expressar os sentimentos. Eu nunca fui muito de falar sobre eles, tenho medo de expor o que eu sinto, ser julgado, ou mal interpretado. Definitivamente falar sobre isso nunca foi o meu forte. Provavelmente foi por isso que eu cheguei até aqui e acho que é por isso que agora eu tenho tanto medo do futuro.
E o que me motivou a voltar a escrever infelizmente é o retorno desses sentimentos.
Você já se sentiu parte de outra pessoa? Como se para existir de maneira completa fosse necessário que ele ou ela estivesse ali, respirando o mesmo ar que você, preenchendo o mesmo espaço, dividindo todos os momentos da sua vida? Pois bem, meus últimos 9 anos foram assim, de uma felicidade que superava qualquer obstáculo, qualquer desafio, que bloqueava completamente essa angústia que agora retorna 10, 100 vezes mais forte do que era antes.
O que me resta é a pergunta do título, por que tudo tem que ser efêmero? E se for, porque uma conexão tão perfeita não seguiu um mesmo caminho? Parece uma ironia da vida que uma ampulheta chegue ao final enquanto a outra só se enchia cada vez mais, beira ao sadismo.
Eu só queria acordar e ver que tudo não passou de um pesadelo. Voltar para vida que eu tanto busquei. Chega a ser engraçado que hoje em dia ainda se busque a estabilidade, o sonho de ter filhos, viajar, ter uma vida tranquila e envelhecer com a pessoa que você ama. Não é uma questão de trabalho, dinheiro, bens ou coisa do gênero, eu trocaria a minha vida e moraria na rua só pra poder ficar do lado da pessoa que me faz bem, porque nada, nenhum dinheiro no mundo, é capaz de arrumar o que se quebrou dentro de mim.
Não há palavra que traga consolo, o tempo (que supostamente cura tudo) passa cada vez mais devagar e as músicas só aumentam a sensação de vazio. É como chegar num beco sem saída onde você só consegue pensar em que ponto errou no meio do caminho e como vai fazer pra sair dali. Porém, quando você para de pensar em passado e futuro, o que sobra é a sensação de impotência, de inanição, uma depressão frente a incapacidade de fazer algo.
Relendo os meus textos do passado eu sinto uma sensação familiar, de que tudo está se repetindo, como num looping infernal. O desfecho daquela história foi feliz, e eu ria quando olhava pros meus textos melancólicos. Eu realmente espero que no futuro o amor encontre um caminho (tomara que de volta) e eu possa olhar pro passado, reler esse texto e voltar a sorrir.
There will be an answer, let it be.
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