quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dia quente

Tive 8 horas de viagem pra pensar em um bom começo pra esse texto, pensei em inúmeros trechos, de músicas ou livros. A cada nova música na playlist ou a cada lembrança de livro, um turbilhão de ideias passava pela minha cabeça.

Decidi não pensar nisso, não buscar trechos específicos ou citações marcantes, só fazer o que eu sempre fiz, deixar com que as ideias fluam o mais natural possível, tirar Chico Buarque, Antoine de Saint-Exupéry ou Pablo Nerruda da cabeça e concentrar no que faz meu coração vibrar, minhas próprias emoções.

Antes de começar, dei uma lida rápida no meu texto anterior; não pude evitar a risada. Rir de como o destino tem brincado comigo, fazendo com que os sonhos citados no texto anterior tenham se concretizado de uma hora pra outra me pegando de surpresa, mesmo sabendo o quanto eu batalhei pra que eles se tornassem realidade. E vieram em uma realidade tão concreta, tão palpável, que eu não consigo esconder um resquício de desconfiança. Às vezes eu ainda acho que tudo não passa de um sonho ou de uma brincadeira de mau gosto. E me divirto com isso, por saber que não se trata de nenhum dos dois.

Confesso que andei pessimista, melancólico, desapontado; sem chão. Entretanto, era justamente na queda que a minha vontade de subir se firmava. Minha vontade de levantar voo e alcançar os sonhos mais altos. Pra isso bastou esperar, afinal de contas já dizia Antoine de Saint-Exupéry: "É preciso suportar as lagartas, se desejar-mos ver as borboletas".

Entre os devaneios da viagem passada, uma sequencia de trechos não me saiu da cabeça. Enquanto eu ouvia “Let it be” e “You've Got To Hide Your Love Away” dos Beatles e “Blowin' in the wind” do mestre Bob Dylan, frases familiares ecoavam na minha mente. Frases que, aleatórias por si só já são fantásticas, mas somadas se tornavam perfeitas. “There will be an answer, let it be.” e “Love will find a way.” dos Beatles, e “The answer is blowin' in the wind.” de Bob Dylan. Entretanto, elas se repetiam como em um loop infinito na minha mente: "There will be an answer, let it be; love will find a way! Now, the answer is blowin' in the wind."

Músicas, inclusive, que vem me guiando, consolando, animando, enfim, vem se encaixando de acordo com as minhas necessidades e se tornando companheiras perfeitas desde as noites de completa alegria e êxtase como as mais recentes, até me ajudando, bloqueando o mundo a minha volta quando tudo o que eu mais queria era sumir, como as negras noites em que a batalha de egos era travada sob o som dos blues e jazz do meu mp4 somados ao barulho da água caindo.

Enfim, não é uma noite que eu geralmente tiraria pra escrever, não fiquei com a tradicional gana de transcrever os sentimentos em palavras que eu habitualmente teria, mas me vi obrigado a atualizar, não poderia deixar um texto fraco e mesquinho como o último sendo que a minha alegria vem transbordando nos últimos tempos, sendo que os antigos pontos de mínimo vem se tornando constantes pontos de máximo.

Bom, quando o negócio começa a pender pra matemática é porque ta na hora de encerrar e ir dormir.
Assim que der eu volto aqui, daqui a pouco as saudades vão pesar ainda mais e eu vou ter que escrever pra esquecer do mesmo. Haha!
Well, that’s all folks!

domingo, 23 de maio de 2010

Pontos de máximo e mínimo

Conflitos existenciais vêm tomando conta da minha cabeça, uma espécie de briga interna entre egos, onde um tenta me impor um lado melodramático de que eu tenho tentado fugir, mas que vem me sufocando, e o outro tentando me confundir pra que eu aceite a sucessão de fatos como se não fosse nada de mais, mesmo que me traga mágoa, rancor e uma tristeza generalizada. É, vem sendo um semestre de altos e baixos, ou melhor, de baixos e médios.

Não sei bem ao certo aonde isso tem me levado, mas não anda me fazendo bem, quanto mais eu tento encontrar respostas, mais me encho de perguntas e conclusões precipitadas que só me decepcionam.

Nem ligo tanto pro fato de me decepcionar, já me habituei; me habituei a ter que lutar e perder batalhas, é uma questão de sentir o golpe, processar o quanto ele me afetou e saber se a guerra se perdeu ou não. Entretanto, em dias de guerra, só ataques certeiros ferem meus sonhos, até hoje, no máximo os derrubaram temporariamente.

E tudo isso se fortalece, afinal sonhos foram feitos para serem vividos e não largados em uma gaveta junto do medo; medo de arriscar ou se desapontar. Mais fácil usá-los como combustível, mantendo acesa uma chama no coração do que deixá-los feridos e esquecidos em algum canto. Confesso que até tentei esquecer, mas eu me flagro o tempo todo pensando em traços que cada vez mais os fortalecem.

Pra que esses sonhos se realizem, exercito minha paciência, quase que como uma colheita; preparo o terreno, planto e aguardo pacientemente, regando e cuidando. Lutando contras as pragas que eventualmente vão tentar atrapalhar meu objetivo. Sigo aguardando e acima de tudo, em momento algum, cogito abandonar esse futuro jardim. Ao mesmo tempo, cuido para que ninguém os tente roubar, dizendo que é besteira ou me fazendo desistir, continuo seguindo aquilo que faz meu coração vibrar, meus olhos perderem o foco e minhas mãos se moverem delicada e involuntariamente.

É, acho que era isso, todas as metáforas em seus devidos lugares. Só pra constar, é bem provável que a atividade por aqui diminua consideravelmente. Meu note estragou e ainda não tem previsão de volta. Mais um dos baixos do semestre. Enfim, vou tentar manter o blog o mais ativo possível.
Well, that's all folks!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

E o ministério da saúde continua advertindo

Nunca criei nenhum post direcionado totalmente ao futebol, assunto que mais faz meu coração vibrar. Um pouco talvez porque o futebol me traz euforia, que geralmente não é o meu principal motor pra escrever por aqui. Entretanto, hoje não tive como fugir do tema.

Nesses 19 anos como torcedor do Grêmio, aprendi uma regra simples sobre o futebol tricolor, toda boa decisão vem acrescentada de uma dose extra de adrenalina e sofrimento, acompanhada de uma devastadora destruição de todas as unhas e, além é claro, de um coração batendo a mil!

Nos meus remotos tempos de ócio extremo, eu me divertia baixando clássicos como o GREnal de 1977, a batalha de La Plata, a final entre Grêmio e Peñarol da libertadores de 83 e, os meus preferidos, os jogos de ida e volta das quartas de finais da libertadores de 95 contra o Palmeiras. Jogos épicos, que eu não pude acompanhar, ou era novo de mais pra tal. Entretanto, esses jogos tornam-se apenas mais páginas na história de um Grêmio que não detêm a alcunha de imortal por acaso. Mais recentemente, episódios como a Batalha dos Aflitos, jogo digno de uma emoção única na história do futebol, ou então o Grêmio e Santos na libertadores de 2007, enfim, poderia passar o texto todo citando jogos de tirar o fôlego de qualquer amante de um bom futebol.

O que eu vi hoje foi mais um entre os tantos jogos históricos que o manto azulado proporcionou. Um jogo mágico que levou o estádio Olímpico, o Rio Grande do Sul e os tantos gremistas espalhados pelo Brasil do desespero à euforia, de um estado de melancolia total ao completo êxtase.

O Grêmio imortal mostrou a sua face novamente, a face que motiva o torcedor a entoar uma frase que deveria ser incluída no hino tricolor: “Desistir, jamais!”. Como diria Marco Couto da Rádio Band, “É o Grêmio que cala! É um Grêmio que silencia! É um Grêmio que não se entrega!”.
Hoje esse Grêmio mostrou que não se pode contar vitória antes do tempo, não se pode relaxar achando que do outro lado, os gladiadores vestindo sua armadura azul, negra e branca se dão por derrotados no começo da batalha.

Foi um jogo mágico, porém, foi apenas o primeiro jogo, uma vantagem nada confortável pra um segundo jogo sem alguns dos nossos principais guerreiros, a pressão da torcida e da mídia que cobra o futebol arte e tenta menosprezar a face, segundo eles, feia do esquadro tricolor, uma face objetiva e aguerrida como deveria ser todo jogo de futebol.

É meu Grêmio, no próximo jogo não poderás contar com as 38 mil vozes que ficaram ao teu lado cantando 90 minutos, te apoiando dentro do estádio Olímpico, ao menos não ali, na casa do adversário. Mas ainda assim, toda uma nação trajada de azul, preto e branco vai estar grudada ao radinho de pilha, ou a tela da televisão, seja no bar ou em casa, vivendo cada momento de tensão, vibrando a cada carrinho, a cada desarme, defesa ou ataque!

Não te mixa Grêmio, podemos ser campeões dessa Copa do Brasil, basta seguir lutando! O caminho até os títulos sempre foi árduo, agora não será diferente! 26/11/2005 já deixou o recado: Nunca duvide do Grêmio!


Quanto ao título: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=31326770

domingo, 25 de abril de 2010

E o humor ó...

Acho incrível o ponto em que o humor brasileiro chegou. Abusam de piadas sem conteúdo e forçadas, um humor fraco que apela pro erotismo como tentativa desesperada de prender a atenção do público.

Agora, pelo que eu pude ver a nova moda é associar esse mesmo “humor” com causas ambientais; seria um sinal de melhora? Bom, pra mim é mais uma dose de hipocrisia, mais uma tentativa de chamar a atenção dos telespectadores leigos que acham o máximo o “pessoal de bom coração da TV” pedindo que o povo não jogue lixo nos rios.

Chico Anísio deve sentir uma profunda tristeza ao ver tais programas, um remake ridículo da sua boa e velha escolhinha do Professor Raimundo agora interpretada por pseudo-artistas medíocres e sem talento. Bussunda ficaria envergonhado de acompanhar o já limitado - mas que antes ainda tinha alguma graça - Casseta e Planeta, que passou de programa ousado da tradicional Rede Globo, para mais um programa do estilo “faça piadinhas e puxe o saco do chefe ao mesmo tempo”. Zacarias e Mussum devem se revirar no túmulo ao ver o que Renato Aragão e Dedé Santana tem feito com a reputação dos trapalhões, misturando jargões épicos com um programa que serve de palco pra ex-BBB’s, capas de playboy e “comediantes” sem nenhum caguete para tal.

O pior de tudo é que a guerra entre as duas maiores emissoras, Globo e Record tem frustrado ainda mais as esperanças de ligar a TV em um canal aberto e acompanhar um programa de humor refinado. Nos embalos de sábado à noite com chuva de Floripa, onde tudo é melhor que estudar, eu tive a infeliz inspiração pra criar esse texto.

Primeiro acompanhei um pouco de Zorra Total, nada de novo a mesma falta de criatividade de sempre, conseguindo inclusive estragar grandes nomes do humor como Paulo Silvino, Agildo Ribeiro, Orlando Drummond, entre outros e com a que parece ser uma estranha filosofia de Mauricio Sherman, diretor geral do programa, se algo realmente for engraçado, é sumariamente retirado das atrações.

Agora vem a parte que envolve a guerra entre as duas emissoras.

Depois de, a duras penas, ver um bom tempo de Zorra Total, lembrei que havia estreado um novo programa de humor na Record com os antigos integrantes do 5ª categoria da MTV e mais alguns humoristas que, na antiga emissora me faziam rir, Hermes e Renato, por exemplo. Entretanto, o que eu vi foi desapontante, uma tentativa de misturar CQC com Pânico na TV, mas que mais pareceu um misto de Zorra Total com Casseta e Planeta. Porém, de uma coisa eles podem se exaltar, não é qualquer programa que consegue estragar Hermes e Renato com tamanha habilidade.

Logo que terminou, mudei pra MTV pra ver como havia ficado o 5ª categoria, agora sob o comando do grupo DEZnecessários, bom, tosco é apelido, não consegui assistir tudo pra formar uma crítica melhor. O meu senso crítico já pendia pro lado do nojo, resolvi desistir de avaliar aquela cópia mesquinha do “Os improváveis”.

Ao que tudo indica, o humor no Brasil tem seguido a mesma linha da música, principalmente do rock, onde a atual geração vive à custa da nostalgia e das bandas de garagem, aqui representadas pelo Stand-Up Comedy, salvando raras exceções, CQC, por exemplo. Quanto ao resto, temos que aturar Cines e Pittys fazendo piada em rede nacional.

Enquanto isso o humor ó...

domingo, 18 de abril de 2010

Lemon juice & blues

Li uma vez, em alguma dessas frases perdidas em perfis, blogs e afins que era no mais absoluto vazio interior que os grandes gênios da literatura surgiam, nas noites em tabernas regadas a gim e uísque e ao som do piano é que as idéias brotavam, por vezes melancólicas, refletindo a escuridão que se propaga com extrema facilidade nesse vazio.

Por vezes ele me toma, é estranho, inesperado, sem um motivo aparente. Como se dia após dia uma batalha interior fosse travada, não sei ao certo quem venceu hoje, ou melhor, quem vem vencendo até agora, a sensação de ir do céu ao inferno em um piscar de olhos foi comum do início do dia até esse momento.

Mas há um lado bom, serve pra recordar que meus blues, jazz e folks sempre estão lá, me esperando, pra quando eu precisar de um bom relaxante pros ouvidos, ou talvez uma boa dose de uísque pra cobrir o vazio, é uma pena que como estudante falido que eu sou, me contento só com a primeira opção, substituindo a segunda por um suco de limão meia boca.

As únicas coisas que passam pela minha cabeça agora são os riffs e solos da guitarra hipnotizante do mestre BB King e a voz nasalada do rei Bob Dylan, por mais que eu tente filtrar os pensamentos, só o que eu sinto são arrepios e ecos de música clássica. Por um lado é até bom que só isso me venha à cabeça, não alimento um sentimento desnecessário com lembranças de um dia ruim.

Ainda bem que eu moro com dois palhaços que me botam pra cima até sem querer.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

And I'll gamble away my fright

Sempre mantive minhas opiniões acerca de temas polêmicos bem concretas, religião, credo, história, política e afins. Entretanto, um assunto sempre mexeu comigo e vem mexendo cada vez mais, destruindo o lado cético com uma sucessão de fatos que me faz rir e refletir ao mesmo tempo; o destino e suas ironias.

Muitos julgam o destino como uma questão de sorte. Não sei se concordo com isso, cada um é responsável por suas buscas e suas escolhas! Se eu fosse pensar só assim não teria nenhuma desconfiança, cairiam por terra minhas dúvidas acerca de mais esse tema e venceria meu ceticismo. Entretanto, quando o destino vem acompanhado de coincidências, em sequência, aliado de uma persistência que nunca me foi familiar, meu ceticismo é quem cai por terra.

Os últimos dias têm me deixado atordoado, tenho esquecido do mundo lá fora, meus pensamentos direcionam sempre a um mesmo ponto. Nesse meio consigo focalizar duas coisas, a dor de cada gota que tenta ultrapassar a minha garganta e o dito ponto. Se me perguntassem qual dos dois prevalece, não saberia dizer, só sei que esse ponto, aliado de uma variável me faz esquecer de tudo, da dor, dos sons, dos sentidos, enfim, do mundo a minha volta, faz com que meu tempo pare, as noites sejam intermináveis e meu sono seja deixado de lado.

Acho que essa é a primeira vez que eu começo a escrever sem ter um assunto programado, algo que eu realmente queira falar, a primeira vez que eu simplesmente abro o word e começo a escrever, jogar as palavras e deixar que tudo se encaixe inconscientemente. Talvez por isso o texto tenha saído curto e confuso. Entretanto, não quero pensar nisso agora, não quero pensar em nada inclusive, não pensar em nada, só deixar acontecer.

Pra terminar, é engraçado como algumas frases podem variar tanto de sentido, dependendo do momento de cada um, e o mais engraçado disso tudo, é que essa é mais uma das coincidências, mas que dessa vez, prefiro deixar subjetiva:
"Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam.” Antoine de Saint-Exupéry.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Depois da alegria, a raiva!

Os textos relacionados à nostalgia que eu até hoje escrevi, sempre foram a respeito do lado “positivo” por assim dizer, de relembrar momentos inesquecíveis ou brincadeiras que andam se perdendo cada vez mais em um mundo onde a infância imita, ou tenta imitar a vida adulta com cada vez mais precisão. O que eu quero dizer com isso é que cada vez mais e cada vez mais cedo vejo namoradinhos, apaixonites e afins. Tudo bem até aí, quem no auge dos seus 11 anos nunca teve aquela paixão secreta, guardada a sete chaves, que quando revelada causava embaraço?

O fato é que em um mundo onde cada vez mais a mídia tenta alterar paradigmas, somado ao fato das crianças terem acesso a todo tipo de informação através de internet, falta vergonha na cara, crianças já aprendem, ou tem contato com sexo, seja pela mídia ou pelas escolas, antes mesmo de saber de onde vieram.

Pensei em regular as palavras, mas a revolta é tanta que não me importo em dizer que sinto nojo de um “novo mundo” onde a putaria e um comodismo nojento por parte da maioria dos pais reina. Um mundo onde cartinhas de amor anônimas são trocadas por “pulseirinhas do sexo”, onde não se veem mais os reais rostos das meninas que, ao invés de brincar de maquiar as bonecas, cobrem a cara com pó e rímel, sem contar nos meninos que ao invés de estarem estourando a tampa do dedão jogando futebol na rua preferem sair à caça das ditas pulseirinhas e falar de mulheres ao invés do capítulo de Dragon Ball onde o Goku vira super saiyajin.

Falo com revolta e rancor, mas não culpo as crianças por isso, culpo um mundo hipócrita que assiste calado ao nojo que anda virando a infância, a uma mídia escrota que vende a imagem da perfeição baseada em lixos pseudoculturais como novelas, reality shows e programas ridículos, nem jornais andam escapando dessa realidade escrota. Talvez alguns leiam esse texto e julguem meus ideais como ultrapassados, achem graça em toda essa piada.

Talvez essas pessoas ou essas ou quem sabe as já mães de 13 ou 14 anos ririam do meu texto até um tempo atrás, pois bem, agora talvez concordem comigo, ou, no caso do segundo link, bom, aí já foi tarde demais.

Sempre gostei de ser indireto no que eu escrevia, de botar tudo em entrelinhas, não sentia uma alegria completa com elogios a algum texto se esses mesmos elogios não viessem acompanhados de alguma observação, alguma sacada ou alguma crítica. Entretanto, hoje tentei ser o mais direto possível e não me importei se foi bem ou mal escrito, apenas desabafei.

O que me motivou a escrever, ou melhor, o que me deixou PUTO como é perceptível no texto, foram as ditas pulseirinhas, uma realidade que parecesse longe, mas que quando menos se espera aparece dentro da sua casa, no braço da sua irmã, ou da sua filha dependendo do caso.

Anda faltando o laço comer solto já que, ao que tudo indica, as “pseudocrianças” andam se achando na razão mais do que deveriam.

sábado, 3 de abril de 2010

E quem irá dizer que não existe razão?

“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz!”
Isso nunca fez tanto sentido pra mim como nos últimos tempos, conviver com um misto de ansiedade e alegria, ao mesmo tempo que tudo vai se ajeitando. Pelo visto, Paulo Coelho acertou quando disse que se você quer muito uma coisa, o universo conspira a seu favor.

A questão é que as angústias que antes me atormentavam, aos poucos se afastam e as peças vão se encaixando lentamente, a velocidade com que isso acontece não me interessa, tenho aprendido a dar um passo de cada vez e esperar o resultado de cada um desses passos.

Confesso que tenho sonhado muito, sobre inúmeras coisas, entretanto, Raul se perguntava porque os sonhos foram feitos pra gente não viver? Engraçado que é justamente pensando nisso que eu procuro cada vez mais alimentar esses sonhos na minha teimosia de contrariar essa ideia e mostrar que desejando profundamente, nada, absolutamente nada é inalcançável, ainda mais quando “my wishes are sincere”.

Meus últimos textos vinham sendo recheados de uma melancolia disfarçada, em partes causada pelo meu vício de fazer tudo que eu quero e sinto sem medir as reais consequencias que isso pode vir a causar, mas em momento nenhum me arrependo, inclusive, se pudesse voltar no tempo faria tudo exatamente igual, afinal de contas, já diziam as avós, é errando que se aprende a acertar, e eu não sou do tipo que se contenta em aprender só o que passa através da retina.

Engraçado, antes de eu começar a escrever esse texto, era só pra ser um relato dos últimos dias, das inúmeras risadas com a gurizada em casa, das aulas pouco aproveitadas, de comprar presente pra Gabi com a Anna no centro, ou de ir no shopping com a Pri pra comprar roupa pra mim e ficar boa parte do tempo segurando blusas e bolsas pra ela! Haha
Até detalharia tudo isso, mas é o tipo de coisa que eu precisaria de mais um texto, como são duas da manhã, deixo pra próxima. O que não pode faltar é um pequeno, porém essencial, relato desses dois últimos dias que mexeram muito comigo.

Foram poucas as vezes em que eu realmente me empolguei na hora de voltar pra casa, mas dessa vez foi diferente. Ao mesmo tempo que eu - em momento algum - queria sair daquele ônibus e aceitar que a viagem tinha chegado ao fim, de sentir aquele friozinho gostoso e ficar praticamente a noite toda acordado sem a mínima vontade de dormir, usando toda força do mundo pra manter meus olhos abertos e não desperdiçar nem um minuto se quer, eu também queria chegar, dar um aperto de mão e um abraço no meu pai, mesmo sabendo que ele não tem muito jeito pra isso, de abraçar minha mãe com toda força sentindo aquele aconchego e aquele calor materno típico, ou então de acordar com beijos a minha “irmãzinha” e entregar pra ela o presente de Páscoa reparando bem em cada movimento facial, em cada brilho no olho ou vermelho nas bochechas de quando eu falei “é, pelo visto tu nem vai querer tirar mais, ainda mais quando eu disser quem foi que escolheu!”.

São coisas que vem mexendo mais comigo do que o habitual, sentimentos que afloram com mais facilidade. Não sei qual a causa, mas me agrada, não pela parte de mudança de humor em si e sim pelo atual momento, só espero que ele continue, e se depender de mim, vai continuar, afinal de contas já cantava Rodolfo “Se o fogo é bom eu deixo queimar!”

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ao menos a vida ensina

Todos são movidos por emoções, entretanto, alguns deixam se levar mais facilmente por esses instintos, eu não fujo disso, pelo contrário.

Acredito muito em instintos, acho hipócrita a ideia de boa parte dos seres humanos de ignorá-los, e referir-se a isso como algo “animal” no sentido pejorativo da palavra, talvez porque a ideia de algo impensado, movido apenas por sentimentos e parcialmente desprovido do que pode se chamar de “razão” cause medo em um mundo onde tudo é calculado, medido, programado... pensado.

Sempre procuro seguir essas forças instintivas, procurá-las nas palavras alheias que saem sem intenção, nas ironias maternas, na pureza e simplicidade dos pensamentos infantis, no que alguns chamam de sexto sentido feminino e por fim, até no meu alter ego. É uma pena que não exista uma escola que ensine a ler essas mensagens ocultas que tanto me atraem, ou então seria mais fácil se o caminho para aprender esses gestos sutis não fosse por vezes cravado em pedras.

Não costumo meçar palavras ou conter pensamentos, por mais que possam me causar desconforto, dor ou medo, por mais que às vezes eu me arrependa, faz parte da minha sina de tentar demonstrar tudo, e ao mesmo tempo esconder o que eu realmente quero dizer, acho que nesse ponto entra o medo, medo de que as minhas mensagens subliminares sejam lidas e interpretadas ou o que seria pior, mal interpretadas, na verdade, lendo de novo, acho que soa idiota.

Enfim, hoje é mais um dia confuso como esses últimos tem sido, uma overdose de interpretações, talvez em boa parte erradas, “sonhos ruins” e um cansaço psicológico que pouquíssimas vezes me importunou até hoje, mas que ao mesmo tempo eu sinto como se já fosse um velho parceiro meu.

Mas há um ponto bom em tudo isso, me motiva a escrever, direciono essa bomba de pensamentos e as transformo em textos, por mais que às vezes só eu os interprete por inteiro, é possível que amanhã ou depois eu leia ele e pareça tudo uma grande bobagem.

Por fim, adoro essas coincidências, dificilmente presto atenção no que eu ouço enquanto escrevo, mas uma hora da manhã começa a tocar Beach Punx e os únicos trechos que surgem e martelam a minha mente, são as frases feitas que se encaixariam como uma luva nesse texto. Mas como eu disse antes, a maioria do que ta escrito aqui talvez só faça sentido agora.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Inclusão digital? Só se for a de terceiro mundo

Em um ranking anual de uso de tecnologias de telecomunicação tais como redes, celulares e computadores, o Brasil aparece em sexto, sim, sexto lugar entre os países em desenvolvimento, a frente do Brasil, Malásia, que usa da tática mais óbvia, uma parceria entre o setor público e o privado, a África do Sul, impulsionada pelo investimento em ano de copa do mundo, mas que ainda assim tem uma internet que perde para um pombo correio, o Chile que vem aparecendo cada vez mais nos últimos anos dentre as economias em ascensão, a Argentina, não tenho o que escrever, um país que vem de crise e abalos políticos, mas que ainda assim cobra metade do valor que as habituais empresas de telefonia brasileiras e finalmente a Rússia, que nos últimos anos investiu forte em transmissões através de fibra óptica e que tem uma forte concorrência interna na área de transmissão de dados.

A posição mesquinha do Brasil é no mínimo curiosa em um país que tanto fala em inclusão digital. Talvez a ANATEL, que “fiscaliza” as empresas de telecomunicação do Brasil, não passe de mais um cabide empregos, ou centro de nepotismos, afinal de contas, temos a maior carga tributária do mundo, mas ao mesmo tempo, a internet mais cara e uma das piores acompanhada de um salário miserável. Não é questão política, meter o pau no governo, odiar o Lula ou qualquer coisa do gênero, esses mesmos erros vem se arrastando por gerações.

Pra efeito de comparação, no Japão se paga em média U$$ 0,27/MB de banda larga, no Brasil essa média aumenta pra U$$ 13,00/MB, ou seja, pagamos muito mais por um serviço ruim, uma velocidade baixa, um atendimento bizarro e um total descaso do órgão supervisor.

A Telefonica Espanhola levou uma multa de 350 milhões de euros da União Européia por descaso com os seus clientes e aqui na terra do progresso? No país do futuro, do pré-sal, do biocombustível e afins? Como em todos os setores reina a falcatrua, um monopólio que todos fingem não ver.

O mais engraçado de tudo é que se por um acaso você ligar pra alguma dessas empresas e pedir o cancelamento, te prendem uma hora no telefone, só falta oferecer caixas de bombom e flores no plano. Li em algum lugar da internet que um cidadão que possuía o plano de 256 kb/s da Brasil Telecom e pagava algo em torno de R$ 59,90, ligou na mesma e pediu o cancelamento, ofereceram um plano de 2 MB/s, ou seja, quase 8 vezes mais por 49,90 e aí, como explicar? Qual o real valor afinal? O custo que a empresa de telefonia realmente tem pra manter essas linhas ligadas condiz com o que é cobrado? Ao que tudo indica, não, afinal de contas, o preço não deveria ser igual pra todos? Pra quem é ingênuo fica calado e aceita esperando que o tempo mude tudo cobram os dois olhos da cara, quem tenta se manifestar ganha regalias, descontos e afins, talvez queiram calar a boca dos indignados.

Por fim, sempre reina aquela mesma história, somos um país de dimensões continentais, não é tão fácil quanto em países de menor porte, ou seja, bullshit! Um país que tanto exalta crescer mais que alguns de primeiro mundo, não pode se dar ao luxo de se fazer de coitadinho, ao menos creio eu que não pegaria bem.

Talvez quando o governo resolver tomar vergonha na cara e levar adiante o plano de banda larga/telefonia acessível e de qualidade pra fazer frente aos lixos de hoje como a Oi e companhia, aí sim o Brasil pode pensar em subir nesse ranking, enquanto isso, vão se contentar em perder pra países ridículos e falidos como a Argentina e África do Sul.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sobre tudo, nada e o tédio 2.0

Nossa, mais de dois meses sem escrever nada aqui, talvez as férias tenham bloqueado meus acessos de criatividade, não os tive mais depois que elas começaram, na verdade não tive mais vontade de fazer muita coisa.

Pensando bem, até tive ideias, pensei em escrever sobre a ignorância que eu testemunhei numa discussão: religiosos vs. “ateus”, sobre outra discussão envolvendo música, mas me faltava um pouco de vontade, quem sabe daqui a alguns dias, quando voltar pra minha boa e velha rotina eu poste minha opinião aqui, também pensei em escrever sobre as férias, mas já haviam outros posts envolvendo tédio e como esse seria tédio puro, por um momento deixei a ideia de lado. Enfim, na verdade não tinha sobre o que escrever e acabei acatando o pedido de quem vem evitando que minhas férias sejam um completo desastre, então, já que a Anna insiste, vou voltar atrás na decisão de não escrever sobre esses últimos dias sem nada pra fazer.

Férias, aquele momento que todo estudante reza por um ano todo pra que cheguem logo aqueles 2~3 meses só coçando o saco, acordando meio dia, comendo feito um boi, cultivando uma barba de Papai Noel por absoluta preguiça de fazê-la, enfim, a magia das férias. E eu fui um desses estudantes...

Quando cheguei aqui na minha cidade natal logo vi que talvez esse período não seria bem o que eu esperava, com o tempo meu receio só se confirmou.
Todos imaginam as férias perfeitas, a minha não envolvia ficar o dia todo no PC, na verdade, passava longe disso, entretanto, meus planos de férias perfeitas começaram a cair por terra no dia que eu voltei a machucar o joelho, nona vez, a mais dolorida, a primeira vez que me caíram lágrimas dos olhos, por um momento pensei que as luxações que me tiravam temporariamente do futebol, tinham voltado pra me deixar uma lição e mostrar de uma vez por todas que teimosia não leva a lugar algum.
Por sorte, o mesmo de sempre, luxação, voltei ao médico, pela quarta vez, terceiro diagnóstico diferente, mas finalmente um consistente, bastou um simples ultra-som, o resultado? Tróclea rasa nos dois joelhos, um derrame não muito relevante e um ligamento inflamado, por um fio, é, a lição ficou.

A ideia de um médico falar que você tem muita sorte de ainda estar com o ligamento no lugar e de estar fazendo um simples ultra-som e não uma consulta de emergência pra acertar os último detalhes antes da cirurgia e que provavelmente essa sorte não resistiria até a décima luxação, é aterrorizante, mas ao mesmo tempo foi a melhor coisa que eu poderia ter ouvido de um médico desde aquele dezembro de 2007, véspera do vestibular da UFSC em que o cidadão que se dizia médico disse que a minha lesão não era nada de mais. A medicina é uma profissão linda, pena que alguns ignorantes ainda conseguem manchar essa beleza. Mas enfim, sem joelho bom, sem academia, sem aguentar muito em pé, sem conseguir subir escadas direito... sem conseguir caminhar direito.

No começo meus dias se resumiam a gelo, perna levantada, antiinflamatórios, caminhar me escorando nas paredes e doses literalmente cavalares de um spray parecido com gelol, mas usado em animais de grande porte e cavalos de corrida. É, eu realmente não tinha pensado nisso nos meus planos de férias perfeitas.

No mais, resumo tudo em tédio, livros, horas de MSN (parte boa das férias), música, filmes, sinuca, piscina, ficar deitado na sala vendo o tempo passar, chatear a Gabi e uma ida a Floripa que, por mais que também tenha sido entediante, ao menos serviu pra que eu arrumasse um lugar pra morar longe de morros e matasse um pouco da saudade do fim de tarde olhando o mar.

Bom, sexta eu volto pra Floripa, pro meu ap, minhas coisas, futuramente pra os meus estudos, que eu prometi que serão mais frequentes, enfim, pra minha boêmia!
Até lá talvez eu volte a postar aqui, não sei se pra falar da decepção com o carnaval desse ano, que acabou seguindo a linha das férias, ou só por compartilhar meu lado crítico.

Agora, vou dormir, espero que o fim da tarde chegue logo.

http://www.youtube.com/watch?v=UJIZeoCryxE